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Como muitos sabem, recentemente, o Brasil adotou um novo padrão de tomadas elétricas. Assim, nas lojas, só é possível encontrar esse novo padrão, que pode ser visto na figura a seguir.

Novo padrão de tomada. Fonte: Revista Época.
Novo padrão de tomada. Fonte: Revista Época.

O novo padrão foi desenvolvido, principalmente, para dar mais segurança aos usuários e foi regulado pela norma NBR 14136 (ABNT). A partir de janeiro de 2010, somente poderá ser comercializado o novo modelo.

Como me mudei recentemente, ao procurar nas lojas a tomada NEMA 5P (a famosa tomada de computador), reparei que a mesma não estava mais disponível. Assim, optei por comprar o novo padrão e substituir o plug. Mas surgiu um o problema: vasculhei a Internet e não encontrei o padrão de ligação dos fios na nova tomada. Foram 2 dias revirando o Google. Achei apenas uma referência mas estava um pouco estranha, nada confiável.

Consultando o site do INMETRO, encontrei uma palestra sobre o assunto, de autoria do Sr. Magno de Almeida Ruivo. Em uma rápida busca na Internet, verifiquei que o mesmo trabalha na Siemens e faz parte da ABNT. Assim, por tratar-se de uma pessoa de confiança, resolvi escrever para o Magno. Ele foi muito gentil, prestativo e respondeu no mesmo dia. Ainda, me autorizou a postar a resposta dele neste blog, que transcreverei a seguir:

Caro Eriberto,
Os contatos destinados ao condutor de proteção e do neutro são determinados na norma ABNT NBR 14136. O terminal para o condutor de proteção é sempre o correspondente ao contato central e é obrigatória a marcação na tomada e no plugue. Não existe marcação para o terminal do condutor fase.

A marcação para o terminal relativo ao condutor de proteção é opcional e, quando existe no produto, deve ser conforme indicado na norma NBR 14136. Veja a seguir um exemplo de vista da tomada apresentada na norma (tomada fêmea):

tomada_femea
Polarização da tomada fêmea

Como infelizmente no Brasil existem duas tensões padronizadas, 127V e 220V, nem sempre o borne marcado como neutro será conectado ao neutro, daí o fato da marcação ser opcional.

Destaco que a imagem é meramente ilustrativa e que os dados oficiais devem ser verificados na norma ABNT NBR 14136 de padronização de plugues e tomadas e na norma ABNT NBR NM 60884-1 de especificação de plugues e tomadas.

Sds,

Magno de Almeida Ruivo

Siemens Ltda.

Bem, com isso, termina o mistério. Notem que a ideia é oposta à do NEMA 5P, onde a fase era na esquerda quando o terra estava para cima. Veja um comparativo na figura a seguir:

Comparação entre o padrão antigo e o novo.
Comparação entre o padrão antigo e o novo.

Por fim, agradeço imensamente ao Magno e deixo alguns links complementares.

Fique a vontade para compartilhar a informação, mas é necessário destacar que a imagem é meramente ilustrativa e que os dados oficiais devem ser verificados na norma ABNT NBR 14136 de padronização de plugues e tomadas e na norma ABNT NBR NM 60884-1 de especificação de plugues e tomadas

203 comentários em “A polarização no novo padrão de tomadas brasileiras”

  1. Vamos à resposta, Paulo. Se o cabo de seu Mac Mini for do novo padrão, tem dois pinos redondos, mas sem terra. neste caso inverta a tomada que o problema acabará, porque o neutro obrigatoriamente deve estar e ser aterrado no padrão de entrada da instalação. Se invertendo continuar dando choque, é sinal que não existe aterramento na entrada ou o aterramento foi mal feito. No caso do cabo do seu Mac Mini for do padrão antigo, com dois pinos chatos, um deles deve ser mais largo indicando que é o terminal neutro. Neste caso, ou os fios de sua tomada na parede estão invertidos, ou o neutro não está devidamente aterrado no padrão de entrada. Se você sente choque na carcaça é sinal de que a fase, por qualquer dispositivo interno, está passando para a carcaça do aparelho e a inversão dos fios internamente na tomada resolverá o problema. Uma maneira simples de verificar isto é identificando o neutro e a fase na tomada com um simples voltímetro de teste. Selecione uma tensão compatível no voltímetro acima da tensão da tomada. Segurando uma das pontas de prova com uma mão e encostando a mesma mão na parede e a outra ponta inserida em um dos pinos fêmeos da tomada, o que indicar tensão no voltímetro é a fase e o outro será o neutro. Se o neutro indicar tensão, mesmo que inferior à do outro pino, é sinal que sua instalação não está adequadamente aterrada na entrada e isto é um grande problema de segurança. Todo neutro deve estar aterrado na entrada e isto é norma em uma instalação do fornecedor de energia que utiliza transformador trifásico Delta no primário e Y no secundário, sendo o nó do Y do enrolamento secundário sempre aterrado na entrada da instalação. A tensão entre as pernas do Y secundário será de 220 Volts e a tensão entre cada perna do Y e o nó central será de 127 Volts. O nó central, no caso o neutro, deve ser obrigatoriamente aterrado na entrada, senão ele fica flutuante e aparecerá tensão, ou seja, diferença de potencial entre ele e a terra. O novo padrão de tomadas não alterou a ligação das fases e neutro na entrada da instalação. NA ENTRADA DA INSTALAÇÃO O NEUTRO DEVE SER OBRIGATORIAMENTE E ADEQUADAMENTE ATERRADO!

  2. Em complemento à resposta anterior, no padrão antigo NEMA, os eletricistas, em sua maioria, nunca respeitaram a padronização da norma. Na tomada fêmea de parede, o terra, pino redondo, deve estar para baixo e o neutro, pino chato, à esquerda e fase, também pino chato, à direita, olhando de frente para a mesma. No caso de tomada de dois pinos chatos fêmea, o da esquerda, mais largo, deve ser o neutro e o da direita, mais fino, a fase. Existem, no Brasil, tomadas de dois pinos chatos fêmea, cujas dimensões dos pinos são as mesmas. Estas tomadas não deveriam ser utilizadas porque não identificam o neutro. O padrão antigo brasileiro tinha também pinos redondos, neste caso o neutro não era identificado e poderia ser invertido com a fase, causando acidentes. É por isto que os aparelhos importados dos EUA, quando utilizam tomadas bipolares, vêm com duas lâminas de dimensões diferentes. A maior é o neutro e a menor a fase. Nunca limar o neutro para entrar na tomada antiga brasileira, pois isto viola a segurança do equipamento contra acidentes. Nas novas tomadas de dois pinos implantadas pela norma brasileira, é indiferente a maneira de ligar os aparelhos que possuem cabos bipolares sem terra, porque elas aceitam inversão. Neste caso, devemos confiar que os aparelhos que forem conectados a estas tomadas foram devidamente isolados pelos fabricantes para não haver qualquer vazamento da fase para as carcaças dos mesmos, que devem ser totalmente isoladas dos condutores internos. Este é um problema sério principalmente nos equipamentos e aparelhos que tenham carcaças metálicas. Na hora de adquirir qualquer aparelho ou dispositivo que tenha carcaça metálica, escolha empre o que tiver cabo tripolar, com pino terra e nunca corte este pino terra, sob pena de acidente sério de segurança, que pode causar a incapacitação e, mesmo, a morte. Acidentes sérios já envolveram secadores de cabelo e chuveiros elétricos que tiveram o terra isolado ou cortado. Nos chuveiros a falta de aterramento e de isolamento da carcaça é risco sério de vida, por isto não são utilizados nos paises desenvolvidos. Utilize sempre os de resistência blindada e de carcaça aterrada. Quanto às tomadas da nova norma brasileira, a única vantagem das mesmas foi esconder os pinos para evitar contato acidental. Em contrapartida, ela não proibiu inversão de fase com neutro em instalações mal realizadas, a existência de aterramento inadequado ou falta dele, a ocupação desproporcional das caixas de instalação das tomadas (2×4 e 4×4) e de não identificar as tensões de 127 e 220 Volts, apenas serem diferentes nos diâmetros dos pinos nas capacidades de corrente e ser um padrão único no mundo. Apesar de semelhantes na aparência, as tomadas brasileiras não aceitam equipamentos do padrão suiço. Tenho saudades das robustas tomadas tripolares em Y utilizadas pelos equipamentos de 220 Volts do passado! Impossível tentar ligar um equipamento de 127 Volts nestas tomadas!

  3. A forma que eu encontrei para identificar a posição dos fios (fase e neutro) foi pela comparação das posições nos adaptadores de um padrão para o outro (NEMA 5P – ABNT 14136 e vice-versa). Foi fácil notar que ocorria inversão das posições. No NEMA 5P, com o Terra para cima a fase fica do lado esquerdo. Já no ABNT 14136, posicionando da mesma forma (com o Terra para cima) a fase fica do lado direito. Como o Terra sempre fica no meio, o neutro, por eliminação é aquele que sobrou.

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